A mineradora Gemfields, sediada em Londres e com forte presença em Moçambique, anunciou ter arrecadado 49,9 milhões de dólares americanos este ano com a venda de rubis extraídos no distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, norte do país.
A empresa detém 75 por cento da Montepuez Ruby Mining (MRM), a principal operadora na extração de rubis em Moçambique, e destaca que o valor obtido até ao momento representa menos da metade do faturamento registado em 2024, quando alcançou 117,2 milhões de dólares.
Segundo o comunicado da Gemfields, 11 milhões de dólares da receita anual acumulada foram gerados num minileilão de rubis brutos, realizado por meio de lances online, após uma exposição em Bangkok, Tailândia, entre 29 de Setembro e 3 de Outubro de 2025.
Dos 33 lotes oferecidos, 26 foram arrematados, o que corresponde a 62% dos 297.449 quilates disponíveis, alcançando um preço médio de 59,43 dólares por quilate. O documento assegura que “os lucros deste leilão serão integralmente repatriados para a MRM em Moçambique, com todos os royalties pagos ao Governo Moçambicano sobre os preços totais de venda alcançados”.
Apesar da transparência no relatório, a empresa não revelou o valor exacto a ser pago ao Estado moçambicano.
“O minileilão contemplou principalmente materiais secundários de médio e alto padrão comercial. Estamos animados com os resultados e o forte engajamento dos clientes, refletindo o crescente interesse neste novo material”, afirmou Adrian Banks, Director de Produtos e Vendas da Gemfields.
Leilão adiado e sabotagem nas minas
A Gemfields anunciou ainda o adiamento do leilão habitual de Novembro/Dezembro para Janeiro/Fevereiro de 2026, justificando a decisão com o atraso no início definitivo da segunda planta de processamento da MRM e com o aumento da actividade de mineradores ilegais na região.
“As operações da nova usina foram significativamente impactadas na semana passada por mineradores ilegais — actualmente entre 250 e 400 — que estão sabotando a infraestrutura de abastecimento das usinas”, denunciou a empresa.
A Gemfields considera que a presença desses grupos tem afectado a produção e o mercado internacional, uma vez que os rubis extraídos ilegalmente acabam por “pressionar os preços e reduzir as receitas fiscais do país”.
Mesmo diante do cenário desafiante, a companhia afirma que mantém a cooperação com as autoridades moçambicanas para combater a mineração ilegal e garantir que o sector mineral contribua de forma sustentável para a economia nacional.
“A Gemfields e a MRM continuam a colaborar com as autoridades governamentais moçambicanas relevantes”, reforça a nota, destacando o compromisso da mineradora com a legalidade, a transparência e o desenvolvimento económico de Moçambique.
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